Fundo terá aporte inicial de R$ 50 milhões e ajuda gestora a crescer na área de crédito
A gestora Rio Bravo ganhou a concorrência da Desenvolve SP, agência de fomento do estado de São Paulo, para estruturar um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios do Agronegócio (FIDC- Agro) com aporte inicial de R$ 50 milhões. O valor do fundo, que vai financiar o investimento em logística e infraestrutura do setor, pode aumentar com captações no mercado.
O veículo é o primeiro FIDC anunciado pela Desenvolve SP e faz parte do programa que prevê disponibilizar, incialmente, R$ 340 milhões para incentivar o desenvolvimento sustentável do agronegócio paulista e facilitar o acesso ao crédito para pequenos e médios produtores rurais.
Com isso, a Rio Bravo já conta dois FIDCs sob gestão, em linha com sua estratégia de crescimento na área de crédito, hoje com R$ 1,4 bilhão sob gestão. O outro FIDC em estruturação pela gestora é o Rio Bravo Inlira Stefanini Consórcio, de R$ 55 milhões. Esse veículo vai comprar cotas canceladas de consórcio de diversos bens duráveis, como imóveis e automóveis, que deixaram de ser pagas pelos consorciados.
A BRBB, do ex-BTG Gustavo Burgos, vai ser consultora desse outro fundo e também será a responsável pela originação de recebíveis no atacado, que envolve a compra de grandes lotes de cotas de consórcio. Já a Inlira ficará com a parte da compra de recebíveis diretamente com clientes no mercado de consórcio. O portfólio visa um retorno de CDI mais 4% ao ano, segundo prospecto da oferta.
“Tem uma avenida relevante de crescimento para FIDCs com a desintermediação financeira dos bancos, teses novas vindo a mercado e demanda para investir em ativos de crédito por parte dos investidores”, diz Evandro Buccini, sócio e diretor de gestão de crédito e multimercado da Rio Bravo.
A gestora ainda coordenou a oferta e investiu em mais dois fundos de recebíveis da gestora Siga, especializada em ativos de energia – o FIDC Siga Energia e Siga Portfólio. A Siga já movimentou mais de R$ 300 milhões nesses fundos, que têm como lastro contratos de comercialização de energia elétrica no mercado livre.
A estratégia é parte do negócio da Rio Bravo, que tem mais de R$ 13,6 bilhões em ativos sob gestão, distribuídos entre 40 fundos de investimento.
