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Crédito privado bate o CDI e “se candidata” a ganhar mais espaço nas carteiras (mesmo com juros altos)

Estudo da agência de classificação de risco Liberum Ratings mostra que os FIDCs tiveram bons retornos em 2024, com carteiras mais diversificadas e pulverizadas. Tendência, agora, é de gestão de risco com juros em alta Os fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs) atingiram o seu maior volume em 2024, com o recorde de R$…

Estudo da agência de classificação de risco Liberum Ratings mostra que os FIDCs tiveram bons retornos em 2024, com carteiras mais diversificadas e pulverizadas. Tendência, agora, é de gestão de risco com juros em alta

Os fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs) atingiram o seu maior volume em 2024, com o recorde de R$ 589,3 bilhões, segundo dados da Anbima, superando o montante movimentado pelos fundos de ações, que somaram R$ 584 bilhões no período. A perspectiva é que, pela rentabilidade que entregaram para os cotistas, é provável que essa distância fique ainda maior.

Um levantamento da agência de classificação de risco Liberum Ratings com a sua base de dados de fundos de recebíveis, que abrange 25% do mercado, compartilhado com o NeoFeed, monitorou a rentabilidade das diferentes cotas de FIDCs no ano.

As cotas sêniores, que são adquiridas pelos investidores por terem proteção aos cotistas em caso de inadimplência, tiveram rentabilidade média de 15,53% no ano, enquanto o CDI ficou em 11,09%.

Já as cotas subordinadas júniores, que não têm nenhuma proteção e são os gestores e originadores que ficam com elas, tiveram retorno de 28,83% (o equivalente a 260% do CDI).

Enquanto esse universo de FIDCs superou com folga o CDI, o Ibovespa caiu 10,33% e o IMA-B, que compila os títulos atrelados à inflação, teve queda de 2,44%.

“O mercado mostrou um bom processo de originação e avaliação de crédito e conseguiu retornos consistentes, mostrando-se uma alternativa bem atrativa dentro da classe de renda fixa, que tem sido beneficiada pela alta dos juros”, afirma Maurício Bassi, sócio-fundador da Liberum Ratings.

Além dos retornos, a carteira dos fundos ficou mais diversificada em 2024. A duplicata comercial, que é direito creditório mais comum, perdeu participação: de 76,5% em novembro de 2022 passou a representar 70,8% dos portfólios em dezembro de 2024.

Esse espaço foi ocupado pelas notas comerciais e pela Cédula de Crédito Bancário (CCBs), que têm prazos mais longos, de 122 dias e 160 dias respectivamente, o que permite um alongamento da dívida. Em dezembro de 2024, as notas comerciais compunham 8,26% dos portfólios, enquanto as CCBs, 6,94%. Os demais contratos, como as notas promissórias, respondiam por 9,60%.

“O alongamento da dívida é muito importante para ter previsibilidade para as partes. E com isso também vemos uma carteira mais pulverizada, com mais diversidade de empresas”, afirma Ulisses Dedonato, economista-chefe da Liberum Ratings.

O estudo, no entanto, aponta que houve uma deterioração gradual na inadimplência e pontualidade de liquidação nos títulos. O percentual de liquidação que ficou acima de três dias (D+3) passou de 16% em janeiro de 2024 para 21,6% em dezembro.

Para a Liberium Ratings, apesar de não ser preocupante para uma indústria que costuma liquidar em D+5, esse movimento reforça a necessidade de monitoramento constante da qualidade das carteiras e da adoção de estratégias eficazes para garantir a liquidez dos fundos e mitigar inadimplências, especialmente em um ambiente de crescimento do mercado, que eleva a pressão dos gestores por comprar crédito – e de aumento da taxa de juros.

“O mercado de FIDCs cresceu muito, e isso aumenta a demanda e o risco. É preciso continuar acompanhando as carteiras e ter diligência com análise de crédito. Pois quando há aumento de juros há um impacto na solidez e na capacidade de pagamento das empresas”, afirma Bassi.

Por isso, a empresa acredita que a gestão de risco nos portfólios é essencial este ano, com perspectivas de maior aumento da taxa Selic e pressão sobre os credores – mesmo que o cenário como um todo seja positivo.

“Os FIDCs continuarão crescendo impulsionados pela migração do crédito bancário para o mercado de capitais e pela maior aceitação dos FIDCs como instrumentos estratégicos para empresas, investidores institucionais e principalmente pessoas físicas em suas carteiras”, diz Dedonato.

Fonte: https://neofeed.com.br/wealth-management/credito-privado-bate-o-cdi-e-se-candidata-a-ganhar-mais-espaco-nas-carteiras-mesmo-com-juros-altos/

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