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Como o plano de Haddad impacta mercado de financiamento privado no país

Alguns investimentos que a equipe do ministro Fernando Haddad (Fazenda) planeja taxar como a alternativa à alta do IOF (Imposto de Movimentações Financeiras) integraram a espinha dorsal do mercado de capitais brasileiro nos cinco primeiros meses de 2025. O mercado de capitais brasileiro movimentou R$ 246,4 bilhões entre janeiro e maio deste ano, segundo levantamento…

Alguns investimentos que a equipe do ministro Fernando Haddad (Fazenda) planeja taxar como a alternativa à alta do IOF (Imposto de Movimentações Financeiras) integraram a espinha dorsal do mercado de capitais brasileiro nos cinco primeiros meses de 2025.

O mercado de capitais brasileiro movimentou R$ 246,4 bilhões entre janeiro e maio deste ano, segundo levantamento da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), entidade que representa bancos, gestoras e participantes do sistema financeiro.

O número indica uma desaceleração: houve queda de 10,5% em relação ao mesmo período de 2024. Ainda assim, o patamar é considerado elevado.

As debêntures seguem como principal instrumento de captação, com R$ 155,5 bilhões emitidos — recuo de 3,2% — com destinação majoritária para projetos de infraestrutura, setor que pode ser diretamente impactado pela proposta do governo de tributar investimentos até então isentos.

A proposta do Ministério da Fazenda prevê a aplicação de uma alíquota de 5% de IR (Imposto de Renda) sobre rendimentos hoje livres de tributação para pessoas físicas. Na prática, o governo mira debêntures incentivadas, CRIs, CRAs, FIIs e Fiagros – instrumentos que têm sido essenciais para financiar infraestrutura, agronegócio e o setor imobiliário por meio do mercado de capitais.

Fiagros, por exemplo, captaram R$ 1,7 bilhão no período (+30,9%), enquanto os fundos imobiliários somaram R$ 13 bilhões (-44,3%). O objetivo oficial é ampliar a arrecadação e corrigir distorções tributárias, segundo a justificativa do governo. Participantes do mercado, que são críticos da medida, alertam que a mudança pode comprometer a atratividade desses produtos e frear o fluxo de recursos privados para setores importantes da economia.

Debêntures

  • O que são: Título de dívida emitido por empresas para captar recursos diretamente com investidores, usado para financiar projetos, refinanciar passivos ou reforçar o caixa. Incluem as debêntures incentivadas, voltadas a infraestrutura, que têm isenção de IR para PF.
  • Quanto foi lançado em 2025: R$ 155,5 bilhões
  • Variação vs. 2024: Queda de 3,2%
  • O governo quer taxar? Sim, o pacote de Haddad propõe aplicar 5% de IR sobre os rendimentos das debêntures incentivadas, hoje isentas.

Notas comerciais

  • O que são: Título de crédito de curto prazo, com emissão mais simples e menos burocrática, voltado principalmente a pequenas e médias empresas.
  • Quanto foi lançado em 2025: R$ 10,7 bilhões
  • Variação vs. 2024: alta de 41,5%
  • O governo quer taxar? Não, o regime atual de tributação segue aplicável conforme o prazo da aplicação e tipo de investidor, sem proposta de mudança anunciada.

FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios)

  • O que são: Fundos que compram e securitizam recebíveis (como duplicatas, boletos, aluguéis), permitindo que empresas antecipem fluxos de caixa.
  • Quanto foi lançado em 2025: R$ 30,4 bilhões
  • Variação vs. 2024: Queda de 8%
  • O governo quer taxar? Não, FIDCs já têm regras de tributação específicas; o pacote não foca neles no momento.

CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários)

  • O que são: Títulos lastreados em recebíveis do setor imobiliário, emitidos por securitizadoras para financiar operações como aluguéis, vendas a prazo e incorporações.
  • Quanto foi lançado em 2025: R$ 18,3 bilhões
  • Variação vs. 2024: Queda de 32,5%
  • O governo quer taxar? Sim, a proposta inclui fim da isenção de IR para pessoa física sobre rendimentos desses papéis.

CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio)

  • O que são: Títulos semelhantes aos CRIs, mas lastreados em recebíveis do agronegócio (como vendas de soja, milho, boi etc.).
  • Quanto foi lançado em 2025: R$ 12,1 bilhões
  • Variação vs. 2024: Queda de 29,0%
  • O governo quer taxar? Sim, também perderiam a isenção de IR para pessoa física sob o novo regime proposto.

FIIs (Fundos de Investimento Imobiliário)

  • O que são: Fundos que investem em imóveis ou em títulos do setor, com cotas negociadas em bolsa. Rendimentos mensais distribuídos aos cotistas são isentos de IR (hoje).
  • Quanto foi lançado em 2025: R$ 13,0 bilhões
  • Variação vs. 2024: Queda de 44,3%
  • O governo quer taxar? Sim, proposta prevê tributação de 5% sobre os dividendos recebidos por pessoas físicas.

Fiagros (Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais)

  • O que são: Fundos que aplicam em imóveis rurais, ativos do agro e títulos relacionados ao setor. Inspirados nos FIIs.
  • Quanto foi lançado em 2025: R$ 1,7 bilhão
  • Variação vs. 2024: Alta de 30,9%
  • O governo quer taxar? Sim, também perderiam isenção de IR sobre os rendimentos para pessoa física, como os FIIs.

Follow-ons (emissões de ações já listadas)

  • O que são: Aumento de capital de empresas listadas na bolsa por meio da venda de novas ações.
  • Quanto foi lançado em 2025: R$ 3,5 bilhões
  • Variação vs. 2024: Queda de 27,8%
  • O governo quer taxar? Não, tributação de ganhos com ações já segue regras de IR e não é foco do pacote atual.

Títulos de renda fixa no exterior

  • O que são: Emissões de bonds por empresas, bancos ou o governo brasileiro em mercados internacionais.
  • Quanto foi lançado em 2025: US$ 13,1 bilhões
  • Variação vs. 2024: Alta de 18,7%
  • O governo quer taxar? Não, essas emissões seguem regulação internacional e a proposta não alcança esse mercado.

Fonte: https://economia.uol.com.br/colunas/graciliano-rocha/2025/06/11/como-o-plano-de-haddad-impacta-mercado-de-financiamento-privado-no-pais.htm

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