Com mudança na tributação e corrida por isenção, mercado de crédito privado deve bater recorde
Para André Mori, head de crédito da corretora institucional da XP, o fortalecimento das assets independentes foi determinante para abrir espaço a novos emissores e aumentar a concorrência com os bancos. “Com as plataformas, mais gestores captaram recursos e pressionaram o mercado por mais papéis, o que trouxe empresas novas para dentro do mercado de capitais”, destacou.
Até poucos anos atrás, o mercado era dominado por bancos e seguradoras. Hoje, além desses, há uma série de gestoras independentes com atuação robusta em crédito. “Esse investidor menor gira mais a carteira e consegue capturar oportunidades. O secundário virou ferramenta de geração de retorno”, explicou ele.
André Mori participou do programa Carteiros do Condado, com a participação também de de Lucas Collazo e Davi Fontenele, especialistas da XP.
O aumento do número de estratégias e a diversificação da base de emissores também abriram espaço para novos setores, além dos tradicionais — como energia — acessarem capital via crédito privado. Com o avanço das gestoras independentes, o mercado ganhou capilaridade e atratividade, inclusive para empresas médias.
Tributação
“Esses players se dividem entre os que giram ativamente os papéis e os que apenas vendem no secundário para realizar ganhos pontuais”, explicou Mori. Nas mesas institucionais da XP, a categorização dos clientes segue esse critério: tesourarias, assets de banco, independentes e seguradoras.
Segundo ele, também participam ativamente do mercado de incentivados os family offices e investidores pessoa física de grande porte. “Muitas vezes esses investidores estão representados nas tesourarias que os atendem, mas eles têm um papel relevante, sobretudo nas ofertas de infraestrutura”, analisou.
A preocupação com a tributação, segundo os especialistas, fez com que muitos investidores buscassem antecipar suas aplicações para aproveitar os benefícios ainda vigentes.
Mori explicou que, em 2017, o volume de negociação de dívida no mercado secundário girava em torno de R$ 3 bilhões mensais. Hoje, esse número ultrapassa os R$ 50 bilhões. “É um crescimento exponencial. Neste mês, devemos registrar recorde de negociações por causa da medida provisória”, antecipou o executivo.
Segundo Mori, esse salto reflete o amadurecimento do crédito privado no Brasil. Enquanto antes um título com cinco anos de duração era considerado “longo”, hoje o mercado já negocia papéis com prazos de 30 a 40 anos, especialmente em setores como transmissão de energia e frigoríficos. “Estamos começando a ver um mercado semelhante ao de bonds no exterior”, disse.

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