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Análise: BC está mais confiante na inflexão no mercado de crédito

Pelos dados mais recentes, está havendo aumento no custo em algumas linhas de menor risco O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central demonstra um pouco mais de confiança em uma inflexão no mercado de crédito, o que poderia contribuir para esfriar a economia e baixar a inflação para a meta. Em ata de…

Pelos dados mais recentes, está havendo aumento no custo em algumas linhas de menor risco

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central demonstra um pouco mais de confiança em uma inflexão no mercado de crédito, o que poderia contribuir para esfriar a economia e baixar a inflação para a meta.

Em ata de sua última reunião, divulgada nesta semana, o comitê diz que “o crédito bancário tem apresentado alguma inflexão no período mais recente”. É uma linguagem um pouco mais assertiva do que a usada em dezembro, quando dizia que “o mercado de crédito mostra, possivelmente, sinais incipientes de inflexão”.

O Banco Central vem apontando a expansão do crédito como um dos três fatores que levaram a um desempenho acima do esperado do Produto Interno Bruto (PIB) desde 2023. Os outros dois são o mercado de trabalho forte e a expansão fiscal.

O aperto monetário feito pelo próprio Copom, que desde agosto elevou a Selic de 10,5% para os atuais 13,25% ao ano, deveria fazer o trabalho de esfriar o crédito. Mas, em quase todos os ciclos de alta ou distensão monetária, participantes do mercado têm dúvidas se a transmissão monetária vai ocorrer da forma esperada.

O primeiro impacto da alta da Selic, em geral, é sentido nas taxas das operações de crédito, sobretudo no segmento livre. Nas linhas para pessoas físicas, essa taxa avançou relativamente pouco até agora, passando de 52% ao ano para 53% ao ano no último dado disponível, referente a dezembro.

Deveria se esperar um efeito maior, considerando que os juros do mercado financeiro estão muito altos, perto de 15% ao ano, puxados também pela incerteza fiscal e pelo cenário internacional mais nebuloso.

No último ciclo de aperto monetário, entre 2021 e 2022, essa taxa média de juros no crédito a pessoas físicas chegou a um pico de 59% ao ano – patamar muito parecido com o que havia alcançado no ciclo restritivo anterior, de 2013 a 2016.

Nos apertos monetários, é comum haver uma mudança na composição do crédito. As linhas de menor custo costumam se desacelerar primeiro, e as linhas rotativas continuam a crescer. Isso faz com que a taxa média ponderada fique maior.

Pelos dados mais recentes, está havendo aumento no custo em algumas linhas de menor risco. Na aquisição de veículos por pessoas físicas, as taxas subiram 2 pontos percentuais desde meados do ano, para 27,5% ao ano. Assim, andaram mais da metade do caminho até o pico do último ciclo de aperto monetário, que foi de 29% ao ano.

“Condizente com o cenário atual de aperto de condições financeiras e elevação de prêmio de risco, o crédito bancário tem apresentado alguma inflexão no período mais recente, em particular nas linhas de baixo risco para pessoas físicas”, diz a ata do Copom.

O volume de concessão deu uma desacelerada, mas é alto. Em dezembro, os bancos concederam R$ 18,7 bilhões em financiamento para a compra de veículos, 13% mais do que no ano anterior. A expansão é forte, mas, em julho, havia sido de R$ 19,2 bilhões, alta de 33% em relação ao concedido no mesmo mês do ano anterior.

As concessões no crédito direcionado a habitação para pessoas físicas saíram de um patamar mensal de R$ 21,5 bilhões em meados do ano para R$ 18 bilhões. Pesou tanto a alta de juros, que saiu de uma mínima recente de 8,9% ao ano em fevereiro para 9,8% em dezembro, quanto a redução de funding com a menor captação em caderneta de poupança.

Seguramente, esse processo de transmissão da política monetária ainda não está completo. O Copom começou o ciclo de aperto em agosto, de forma gradual, e apenas em dezembro deu um choque de juros, que promete levar a taxa para um pico de 14,25% ao ano em março. Um box publicado pelo Banco Central no Relatório de Inflação de setembro de 2022 mostra que, em cerca de três meses, o grosso do aperto monetário chega aos juros bancários.

Fonte: https://valor.globo.com/financas/noticia/2025/02/06/analise-bc-esta-mais-confiante-na-inflexao-no-mercado-de-credito.ghtml

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