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Análise: BC vê crescimento do crédito ainda ‘historicamente elevado’

Alguns participantes do mercado apostam que a economia vai se desacelerar mais do que o previsto e que isso permitirá um corte de juros mais cedo, ainda neste ano O Banco Central vê desaceleração do crédito no sistema financeiro e no mercado de capitais, mas num ritmode crescimento ainda “historicamente elevado, apesar das condições financeiras…

Alguns participantes do mercado apostam que a economia vai se desacelerar mais do que o previsto e que isso permitirá um corte de juros mais cedo, ainda neste ano

Sede do Banco Central em Brasília — Foto: Ton Molina/Bloomberg

O Banco Central vê desaceleração do crédito no sistema financeiro e no mercado de capitais, mas num ritmo
de crescimento ainda “historicamente elevado, apesar das condições financeiras mais restritivas”

A avaliação consta do comunicado do Comitê de Estabilidade Financeira (Comef), divulgado ontem à noite.
Embora o foco desse colegiado seja a solidez do sistema bancário, é inevitável avaliar as repercussões para
outro órgão do BC, o Comitê de Política Monetária (Copom).

Há algumas semanas, o Copom disse em sua ata que os dados econômicos dão sinais mistos sobre a
desaceleração da economia. Citou, de um lado, “uma moderação mais nítida” no mercado de crédito e, de
outro lado, um mercado de trabalho que “segue dinâmico”.

Alguns participantes do mercado apostam que a economia vai se desacelerar mais do que o previsto e que
isso permitirá um corte de juros mais cedo, ainda neste ano. Em tese, uma retração mais forte do crédito
poderia provocar esse movimento. Mas não é isso o que o BC enxerga agora. O crédito cresce a uma taxa
historicamente elevada, e, aparentemente, não há sinais de um surto de inadimplência que possa levar a uma
parada súbita nos empréstimos.


Os dirigentes do Banco Central, como o seu diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, vêm detalhando em
suas apresentações ao mercado alguns dados sobre a moderação do crédito, como o fluxo negativo de
pagamento das famílias – ou seja, que pagam mais aos bancos em prestações de empréstimos antigos do que
recebem sob a forma de novos financiamentos.


Todos esses pronunciamentos dizem respeito à dinâmica do crédito, na direção da moderação, mas o Copom
não havia dito o que pensa do estado atual das coisas. No comunicado do Comef, a autoridade monetária
informa que o ritmo de crescimento do crédito é “historicamente elevado, apesar das condições financeiras
mais restritivas”.


Pelo último dado oficial divulgado pelo BC, referente a junho, o crédito cresceu 10,7% em 12 meses. Houve
uma moderação em relação ao pico recente, de 12,3%, observado em fevereiro, e deve continuar esfriando,
uma vez que a projeção da autoridade monetária para dezembro é de um percentual de 8,5%

A pergunta: nesse percentual, vai deixar de apresentar um crescimento historicamente elevado? Se o critério
for a média do crescimento em 12 meses do crédito a partir de 2012, quando começa a atual série estatística,
sim. Nesse período, o avanço médio foi de 9,7%. A segunda questão é se essa queda para 8,5% seria suficiente, considerando a instância da política monetária, com a taxa Selic nos maiores valores em 20 anos.
No mais recente ciclo de aperto monetário, entre 2021 e 2022, a taxa de crescimento do crédito caiu a menos
da metade, passando de um pico de 18% para uma mínima de 7,8%. No aperto anterior, entre 2013 e 2016,
caminhou de 17% para uma variação nominal negativa de 3,8%.


Cada ciclo de crédito representa uma história diferente. Há 15 anos, o Brasil estava numa recessão e alguns
bancos tiveram que purgar excessos em segmentos de mercado mais afetados, como o de financiamento de
veículos. Tudo isso potencializado pela Lava Jato, que afetou alguns setores econômicos.


Desta vez, a mensagem que tem sido passada pelo Banco Central é que a inadimplência não está tendo um
comportamento mais negativo do que o esperado. Os índices, à primeira vista, parecem um pouco mais
negativos, com uma taxa que passou de 3,2% para 3,6%, comparando junho do ano passado com junho deste
ano. Parte disso reflete apenas a mudança na regulamentação prudencial, com a resolução nº 4.966 do
Conselho Monetário Nacional (CMN).


Há alguns dias, Guillen prometeu divulgar um estudo mostrando o quanto da alta da inadimplência se deve à
resolução nº 4.966 e o quanto é uma deterioração nessas taxas que pode estar ligada ao ciclo econômico e de
política monetária. Não havia nada a respeito no comunicado do Comef, mas pode ser que mais informações
sejam divulgadas na ata, que sai na semana que vem.

Fonte: https://valor.globo.com/financas/noticia/2025/08/21/analise-bc-ve-crescimento-do-credito-ainda-historicamente-elevado.ghtml

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