Estoque de crédito sobe 0,5% em junho, para R$ 6,686 trilhões

Em 12 meses, houve alta de 10,7%, segundo dados do Banco Central Por Alex Ribeiro e Gabriel Shinohara, Valor — São Paulo e Brasília O saldo das operações de crédito do sistema financeiro cresceu 0,5% em junho, para R$ 6,686 trilhões, conforme divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central (BC). Em 12 meses, houve alta de 10,7%. O saldo…

Em 12 meses, houve alta de 10,7%, segundo dados do Banco Central

Por Alex RibeiroGabriel Shinohara, Valor — São Paulo e Brasília

O saldo das operações de crédito do sistema financeiro cresceu 0,5% em junho, para R$ 6,686 trilhões, conforme divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central (BC). Em 12 meses, houve alta de 10,7%.

O saldo total do crédito livre subiu 0,4% em junho, chegando a R$ 3,870 trilhões, com crescimento de 9,7% em 12 meses. Já o crédito direcionado avançou 0,5%, para R$ 2,816 trilhões, uma alta de 12% em 12 meses.

O saldo total de crédito para as famílias aumentou 0,4% no mês, chegando a R$ 4,145 trilhões e uma elevação de 11,9% em 12 meses. Para as empresas, houve alta de 0,6% no mês e 8,8% em 12 meses, para R$ 2,541 trilhões.

As projeções mais recentes do BC para o crescimento nominal do estoque de crédito em 2025 são: 8,5% para o total; 8,3% para o livre; 8,8% para o direcionado; 9,3% para pessoas físicas; 7,3% para pessoas jurídicas.

O crédito ampliado ao setor não financeiro avançou 0,4% em junho, na comparação com maio, alcançando R$ 4,458 trilhões. Em 12 meses, o avanço é de 11,9%.

Essa é considerada pela autoridade monetária a medida mais abrangente do crédito, já que inclui não apenas empréstimos e financiamentos, mas também o mercado de capitais e empréstimos externos.

Juro médio nas operações de crédito

A taxa de juros média anual cobrada pelo sistema financeiro nas operações de crédito caiu 0,1 ponto percentual, para 31,5% ao ano em junho em relação a maio. Em 12 meses, houve avanço de 3,6 pontos percentuais.

A taxa cobrada das pessoas jurídicas, por sua vez, recuou 0,1 ponto, para 21,2% ao ano. Para as pessoas físicas, a taxa ficou estável em 36,3% ao ano.

Nos recursos livres, a taxa média ficou estável em 45,4 entre maio e junho. No caso dos recursos direcionados, houve recuo de 12% para 11,8% entre os dois meses.

Já o spread, que mede a diferença entre as taxas que os bancos cobram nos empréstimos e o custo de captação desses recursos, ficou estável em 20,4 pontos percentuais em junho.

Nas operações de crédito com pessoas físicas, o spread ficou em 36,3 pontos percentuais, estável em relação a maio. No crédito às empresas, ficou em 21,2 pontos em junho, contra 21,3 pontos no mês anterior.

Concessões de crédito

O volume de novos empréstimos e financiamentos caiu 3,1% em junho, na série dessazonalizada, que retira peculiaridades de um determinado período, como número de dias úteis a mais ou a menos. A comparação é com o mês anterior.

O volume passou de R$ 657,7 bilhões em maio para R$ 637,3 bilhões em junho deste ano.

Para as pessoas físicas, houve alta de 1,4% na mesma base de comparação, passando de R$ 352,2 bilhões para R$ 357,3 bilhões, enquanto para as pessoas jurídicas foi registrada queda de 7,5%, de R$ 302,3 bilhões para R$ 279,6 bilhões.

No crédito livre total, as concessões com ajuste sazonal recuaram 3,2%, de R$ 584,9 bilhões em maio para R$ 565,9 bilhões em junho. No crédito direcionado, reduziram 1,5%, de R$ 73 bilhões para R$ 71,9 bilhões.

As concessões totais, sem a dessazonalização, caíram 1,5% no mês e somaram R$ 636,9 bilhões. Para clientes corporativos os novos empréstimos caíram 3,1% contra o mês anterior, totalizando R$ 290,1 bilhões.

Para as famílias, o sistema financeiro concedeu R$ 346,8 bilhões em novos empréstimos e financiamentos, queda de 0,1% em relação a maio.

As concessões com recursos livres, em que as taxas são pactuadas livremente entre bancos e clientes, recuaram 1,4% para R$ 570 bilhões. Já as operações com recursos direcionados, que são regulamentadas pelo governo ou vinculadas a recursos orçamentários, recuaram 2,3% para R$ 66,9 bilhões.

Inadimplência das operações de crédito

A inadimplência média das operações de crédito subiu de 3,5% em maio para 3,6% em junho.

A taxa para as empresas também ficou estável em 2,4% em junho, relativo a maio. No mesmo período, a inadimplência das famílias subiu de 4,2% para 4,3%.

No crédito com recursos livres, a inadimplência subiu de 4,9% para 5%. Nos recursos direcionados, a taxa caiu de 1,7% para 1,6% entre maio e junho.

Crédito imobiliário

O estoque total de crédito imobiliário para as pessoas físicas com recursos direcionados subiu 0,8% em junho na comparação com maio, somando R$ 1,233 trilhão. Em 12 meses, a alta foi de 12,4%.

Já as concessões, na mesma categoria, caíram 0,6%, para R$ 18,426 bilhões no mês, acumulando alta de 11,2% em 12 meses.

A taxa anual de juros, por sua vez, caiu de 10,7% para 10,5% ao ano entre maio e junho.

Crédito para veículos

O saldo de operações para a compra de veículos por pessoas físicas teve alta de 0,9% em junho para R$ 366,867 bilhões. Em 12 meses, a alta é de 15,6%.

As concessões caíram 1,6% no mês para R$ 17,244 bilhões. A taxa de juros média se manteve em 27,6% ao ano entre maio e junho.

Crédito do BNDES

A carteira de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para empresas encerrou junho com alta de 0,7% para R$ 946 bilhões. A comparação é com o mês anterior.

Olhando as concessões do BNDES, houve avanço de 7,7% no mês, para R$ 5,593 bilhões. Em maio, o valor de concessões havia sido de R$ 5,195 bilhões. Em 12 meses, a alta é de 13%.

Fonte: https://valor.globo.com/financas/noticia/2025/07/28/estoque-de-credito-sobe-05percent-em-junho-para-r-6686-trilhoes.ghtml

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