Crise do IOF: gestora alerta para perda de credibilidade no mercado

O recente aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), imposto pelo governo federal, gerou uma grande reação no mercado financeiro e no Congresso Nacional. A medida, cujo objetivo é gerar um reforço de até R$ 18 bilhões nos cofres da União até 2025, foi defendida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como necessária…

O recente aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), imposto pelo governo federal, gerou uma grande reação no mercado financeiro e no Congresso Nacional. A medida, cujo objetivo é gerar um reforço de até R$ 18 bilhões nos cofres da União até 2025, foi defendida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como necessária para garantir o funcionamento da máquina pública e o cumprimento das metas fiscais. No entanto, a decisão de aumentar o IOF gerou um debate acalorado sobre seus impactos na economia, especialmente no que diz respeito ao crédito e à confiança do mercado.

A reforma do IOF, que antes consistia em uma alíquota fixa de 0,38% com uma diária de 0,0041%, agora apresenta uma taxa fixa de 0,95% e uma diária de 0,0082%, o que praticamente dobrou os custos das operações de crédito. Para exemplificar o impacto, a Multiplike, gestora de investimentos, apresentou simulações mostrando que uma operação de crédito com prazo de 90 dias, que antes pagava 0,749% de IOF, agora será onerada com 1,688%, enquanto que operações com prazos de 1 ano terão um impacto ainda maior — de 1,87% para 3,94%. O aumento, embora limitado ao teto de 3%, afeta diretamente o bolso do consumidor e o custo do crédito para as empresas.

O impacto não se limita apenas às operações de crédito, mas também afeta compras internacionais, serviços pagos com cartão de crédito e remessas ao exterior, que agora terão uma alíquota unificada de 3,5%. Para Volnei Eyng, CEO da Multiplike, esse aumento de impostos, junto à falta de um diálogo efetivo com o Legislativo, gera incerteza. “A medida aumenta a percepção de risco, afeta a confiança dos investidores e dificulta o planejamento das empresas”, disse Eyng, destacando que o problema não está apenas no aumento do IOF em si, mas na falta de previsibilidade e no ruído político que a medida causa.

A decisão de aumentar o IOF, sem um diálogo claro com o Congresso, traz consigo um efeito negativo importante: “A falta de articulação entre o governo e o Legislativo gera instabilidade, o que, por sua vez, afeta o ambiente de negócios e a percepção de risco no mercado financeiro”, afirmou Eyng. A medida também revela um problema maior: a fragilidade na condução da política fiscal e a falta de diálogo entre as partes envolvidas.

O cenário atual leva ao questionamento de muitos analistas sobre a real necessidade do aumento do IOF, especialmente quando se considera que o imposto deveria ter uma função regulatória, e não puramente arrecadatória. A resistência política dentro do governo e o impacto negativo sobre o crédito acentuam ainda mais as críticas.

Agora, com um cenário de crescente incerteza, o mercado espera sinais de estabilidade e previsibilidade na condução da política fiscal, fundamentais para restaurar a confiança dos investidores e garantir um ambiente de negócios mais seguro para o futuro. A pressão política sobre o governo, somada à resistência interna e externa, aumenta a expectativa por um possível recuo ou revisão da medida, mas até o momento, não há sinais claros de mudanças.

A espera por um equilíbrio no cenário fiscal do Brasil é intensa, com o mercado aguardando medidas que possam garantir uma recuperação econômica sustentada, longe dos efeitos danosos da imprevisibilidade política.

Fonte: https://bmcnews.com.br/2025/06/03/crise-do-iof-gestora-alerta-para-perda-de-credibilidade-no-mercado/

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