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Escassez de recursos na Caixa força construtoras a buscarem novas fontes de financiamento

A escassez de recursos para financiamento imobiliário tem levado incorporadoras e construtoras a repensarem suas estratégias de captação de capital. Com a crescente defasagem dos recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e o esgotamento do funding tradicional, os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) surgem como alternativa crucial para manter a…

A escassez de recursos para financiamento imobiliário tem levado incorporadoras e construtoras a repensarem suas estratégias de captação de capital. Com a crescente defasagem dos recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e o esgotamento do funding tradicional, os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) surgem como alternativa crucial para manter a saúde financeira e a expansão do setor.

O esgotamento do SBPE e a mudança de paradigma

De acordo com o Banco Central, os saques da poupança superaram R$ 311,9 bilhões, resultando em um saldo negativo de R$ 5,83 bilhões na concessão de financiamentos imobiliários. Roberto Campos Neto, presidente do BC, destacou recentemente a necessidade de fomentar fontes privadas de captação para sustentar o crescimento do setor.

A Caixa Econômica Federal, que responde por 70% do financiamento imobiliário do país e 48,3% das contratações do SBPE, enfrenta desafios para manter o crédito acessível. A vice-presidente de Habitação, Inês Magalhães, reconheceu que medidas restritivas são necessárias para atender ao maior número de famílias sem comprometer o orçamento.

Com a Selic elevada e a maior seletividade dos bancos públicos e privados, as empresas do setor da construção civil enfrentam um cenário desafiador.

FIDCs: uma alternativa eficiente ao financiamento bancário

Diante desse contexto, os FIDCs despontam como solução estratégica para incorporadoras e construtoras. Diferente do financiamento bancário, que libera recursos apenas em fases avançadas da obra, os FIDCs permitem a capitalização ainda na etapa inicial do empreendimento, considerada a mais crítica e arriscada.

  • Custo competitivo: Enquanto os bancos embutem encargos adicionais, os FIDCs refletem o risco do ativo subjacente de forma mais transparente, resultando em taxas frequentemente menores.
  • Flexibilidade de prazos: Ao contrário dos financiamentos bancários, que possuem condições rígidas, os FIDCs adaptam-se melhor às necessidades de fluxo de caixa das empresas.
  • Diversificação de fontes: Empresas que dependem exclusivamente de bancos estão vulneráveis às turbulências do setor financeiro. Os FIDCs permitem acesso direto ao mercado de capitais, reduzindo essa dependência.

O impacto dos FIDCs no financiamento da construção civil

Com o esfriamento do crédito bancário, a tendência é que os FIDCs se consolidem como fonte principal de funding para o setor. Em 2025, não vai ter funding do FGTS o ano todo, o que reforça a necessidade de alternativas como os FIDCs.

Ao acessar capital de forma mais eficiente, incorporadoras podem expandir seus projetos e melhorar a liquidez, garantindo a continuidade do crescimento do setor. O mercado de capitais, apesar dos desafios impostos pela Selic alta, se torna essencial para viabilizar novos empreendimentos e sustentar o desenvolvimento da construção civil no Brasil.

Um futuro de financiamento diferente

A transição do financiamento imobiliário tradicional para modelos baseados em mercado de capitais é irreversível. Diante do enfraquecimento do SBPE e da escassez de recursos na Caixa, os FIDCs oferecem uma solução robusta e eficiente para viabilizar projetos imobiliários, permitindo maior previsibilidade financeira e estabilidade ao setor.

Com um 2025 desafiador à frente, a busca por alternativas inovadoras no financiamento imobiliário se torna uma prioridade para incorporadoras e construtoras que desejam manter-se competitivas e impulsionar o desenvolvimento do mercado imobiliário brasileiro.

Autor: Volnei Eyng

Fundador e CEO da Multiplike, uma gestora de recursos com 25 anos de história e mais de 30 bilhões de crédito cedido.

Sócio benemérito da ABRAFESC;

Graduado em Administração e Economia;

MBA na HSM Management em Gestão de Negócios;

MBA em Macroeconomia.

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