Crédito com juros altos: FIDCs como alternativa aos bancos

O cenário macroeconômico costuma influenciar e muito a decisão das empresas sobre quando buscar crédito. Taxas de juros, percepção de risco, volatilidade política, tudo isso pesa, e com razão. Mas há um ponto que raramente entra nessa equação e que, na prática, é o que mais compromete o resultado das empresas no longo prazo: o…

O cenário macroeconômico costuma influenciar e muito a decisão das empresas sobre quando buscar crédito.

Taxas de juros, percepção de risco, volatilidade política, tudo isso pesa, e com razão. Mas há um ponto que raramente entra nessa equação e que, na prática, é o que mais compromete o resultado das empresas no longo prazo: o timing do próprio negócio.

Empresas financeiramente organizadas, com boa leitura de fluxo e maturidade de gestão, tendem a adiar decisões estratégicas quando o custo do crédito não parece ideal. E, muitas vezes, fazem isso acreditando que estão sendo prudentes. Mas há um limite muito tênue entre prudência e paralisia. E é nesse intervalo que a concorrência avança.

Em vez de avaliar o crédito apenas pelo preço, o que precisa ser considerado pelos gestores e diretores financeiros é o impacto de não crescer. Quanto custa permanecer estagnado enquanto o concorrente investe em estrutura, ganha mercado e entrega mais eficiência?

Fidcs crescem como opção de crédito

Com a Selic alcançando 14,75%, é natural que o custo do crédito suba e os investimentos esfriem. Mas é exatamente nesses momentos que algumas empresas crescem na contramão da curva, porque entendem que o problema não está exatamente no preço do dinheiro, mas na forma como ele é acessado.

Quando o crédito tradicional encarece, o caminho óbvio deixa de ser o melhor. Bancos, em sua maioria, ainda operam com estruturas pós-fixadas, atreladas ao CDI. Isso significa que cada oscilação da Selic recai sobre o caixa da empresa, tornando o planejamento financeiro uma equação de variáveis móveis. E para quem precisa tomar decisões de médio e longo prazo, isso é como tentar construir sobre areia.

Foi exatamente por isso que as empresas passaram a olhar com mais atenção para os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios, os FIDCs. Eles não são apenas uma opção fora do circuito bancário. São uma forma de redesenhar a lógica do crédito. Operações mais transparentes, com menos custos atrelados, análise mais ágil e, principalmente, maior previsibilidade de taxas pré-fixadas.

Fidcs permitem previsibilidade financeira

Quando uma empresa conhece exatamente o custo da operação que está contratando, ela retoma o controle. Sem surpresas futuras. Sem letras miúdas que incham a conta. Sem exigências desproporcionais que travam a negociação. O crédito precisa voltar a ser um instrumento de expansão, não uma armadilha disfarçada de oportunidade para as empresas.

A alta dos juros exige resposta, não recuo. O crédito continua existindo, mas agora, ele mudou de lugar. Sai dos bancos e ganha força nos FIDCs, o que requer um olhar mais atento, menos automático e mais estratégico das empresas.

A Selic deve se manter alta por mais tempo, e esse movimento tende a se intensificar. Mais empresas buscando alternativas fora dos grandes bancos. Mais estratégias de financiamento feitas sob medida. E mais clareza sobre o que realmente significa fazer uma gestão de capital inteligente.

Avalie e não deixe de investir na sua empresa

Qual o real custo de deixar a oportunidade de um projeto de expansão esperando, mês após mês, por uma “janela perfeita” que talvez não venha? A verdade é que o crédito não deve ser pautado apenas nas condições. Ele deve ser parte do planejamento da empresa.

Empresas que entendem isso conseguem fazer uso do crédito estruturado de forma estratégica, antecipando movimentos, alavancando capacidade operacional, construindo vantagem competitiva. E fazem isso com segurança, porque têm dados, previsibilidade e governança para embasar as decisões. Esperar o “melhor momento” econômico pode parecer sensato, mas em muitos casos isso representa perder o momento ideal da empresa.

Claro que contexto importa, mas quem lidera entende que expansão exige visão de futuro, e visão exige ação. Por isso, o crédito certo, na hora certa, é aquele que serve ao projeto da empresa, e não o que simplesmente atende as expectativas de preço de acordo com a taxa de juros presente.

Autora: Priscila De Freitas Vieira
Head of Credit Risk | Multiplike Gestora de Recursos

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